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"PSSOR! MINHA AVÓ QUER TREINAR. NÃO É PERIGOSO?"

  • Foto do escritor: Felipe Kutianski
    Felipe Kutianski
  • 13 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

Olha Pobre Netinho Atribulado... Acredito ser mais perigoso ela ficar em casa assistindo "Vídeo Show" e "Esquenta" da Regina Casé (Isso destrói qualquer cérebro), que ir para academia fazer alguns exercícios.


Por muitas décadas acreditou-se que idosos e musculação era mais perigoso que escutar o disco da Xuxa ao contrário. Porém, Charette (1991) demonstra um volume enorme de estudos que relacionam idosos e treino de força. Muitos destes estudos da década de 90 apresentavam ganhos da força similares ou até superiores aos encontrados em jovens.


GANHO DE FORÇA MUSCULAR.


Um ótimo exemplo de como o treinamento com sobrecarga é importante para um envelhecimento saudável e autônomo foi apresentado por Frontera (1988), onde mostrou aumentos expressivos (107%) nos valores de 1RM (Repetição Máxima) dos extensores do joelho após 12 semanas de treino bilateral de força em idosos. Seguindo esta mesma linha de pesquisa, Carvalho (2003) demonstrou que um programa de atividade física intenso pode induzir melhorias nos níveis de força dos idosos .


DENSIDADE ÓSSEA.


O processo degenerativo do organismo é algo que irá nos acompanhar até o fim dos dias (poético), incluindo nossa sistema esquelético. Segundo Magee (2010), a alteração postural é um acunhamento gradativo das vértebras torácicas inferiores, resultando em um desalinhamento compensatório das vértebras torácicas inferiores, o que resulta em um desarranjo compensatório das vértebras torácicas superiores e cervical parte inferior, sendo conhecido como “corcunda de viúva”. Kemper (2009) explica que o avanço da idade está associado a desequilíbrio entre a reabsorção e formação óssea, levando a progressivo declínio na densidade mineral óssea. Em conjunto com a deterioração das trabéculas dos ossos, esse processo tem como conseqüência fragilidade óssea e aumento do risco de fraturas em pessoas idosas.

Corcunda de Viúva

Andreoli (2001) concluiu que o exercício físico tem importante papel na prevenção, manutenção e aquisição de massa óssea. Por este fator, a sobrecarga proveniente do exercício físico pode ser fundamental para criação de estímulos ao tecido ósseo, produzindo resultados positivos na densidade ósseo do idoso.


EQUILÍBRIO.


Moriguti (2000) demonstrou que nas últimas três décadas, o Brasil tem testemunhado o aumento acentuado da população idosa. Em números absolutos, a população total era, em 1980, de 121,3 milhões, sendo a população de mais de 65 anos de 4,9 milhões e, com 80 anos ou mais, 0,6 milhão. A expectativa para 2020 é de que a população total seja 233,8 milhões: 18,9 milhões acima de 65 anos e 3,1 milhões acima de 80 anos. Desta maneira, o Brasil será a sexta população mais idosa do mundo no ano 2025.


Em outro estudo, Bechara (2008) reforça a importância do treinamento em idosos como forma auxilio na prevenção do risco de quedas e a sua correlação com co-morbidades que culminariam em uma redução na qualidade de vida. Complementando esse raciocínio, Rubinstein (1999) reforça que indivíduos idosos (mesmo nos idosos saudáveis) é possível encontrar alterações nos sistemas responsáveis pelo equilíbrio: função neuromuscular, visão, função vestibular, além de alterações proprioceptivas e musculoesqueléticas. Essas alterações são decorrentes do aumento crescente dos distúrbios das funções sensoriais e da integração das informações periféricas centrais, bem como da senescência dos sistemas neuromusculares, como a sarcopenia. Em resumo... conforme vamos envelhecendo, vamos nos tornando mais "desequilibrados".


Devido esse fator degenerativo e NATURAL, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2006) recomenda categoricamente a combinação de treino aeróbio, treino de força, flexibilidade e equilíbrio, com intuito de retardar esse processo. Por isso, o simples fato de MOVIMENTAR-SE, já é de uma importância colossal na vida de um idoso. Perracini & Ramos (2002) defendem que tarefas do dia-a-dia como transportar objetos, abrir portas, tocar à campainha, caminhar, descer ou subir escadas, provocam alterações no centro de gravidade dos idosos, apelando e T-R-E-I-N-A-N-D-O sucessivamente ao equilíbrio.



"MAS PSSOR! MINHA VÓZINHA SÓ CURTE ME VER JOGANDO VIDEOGAME NO SOFÁ E NÃO DE IR FAZER EXERCÍCIO FÍSICO."


Orra Criatura Cibernética... Qual o problema em convidar sua vovó para jogar contigo?


Na opinião de Sposito (2013), a utilização dos jogos de realidade virtual do software Wii Fit, bem como o acessório Balance Board do console Nintendo Wii, com uma frequência média de 3 sessões por semana e com duração de 50 minutos em média, podem promover melhoras nos aspetos físicos e psicológicos, permitindo uma melhora da independência funcional de idosos.


Para fechar filhão... Pare de ficar pedindo bolacha Bono e Leite Quente para "véia", e chame ela para uma partida de Guitar Hero!






NÃO INVENTEI:


CHARETTE, S.; McEVOY, L.; PYKA, G.; SNOWHARTER, C.; GUIDO, D.; WISWELL, R.; MARCUS, R. Muscle hypertrophy response to resistance training in older women. Journal of Applied Physiology, Bethesda, v.70, p.1912-6, 1991. CONNELLY, D.M.; VANDERVO.


FRONTERA, W.R.; MEREDITH, C.N.; O'REILLY, K.P.; KNUTTGEN, H.G; EVANS, W.J. Strength conditioning in older men: skeletal muscle hypertrophy and improved function. Journal of Applied Physiology, Bethesda, v.64, p.1038-44, 1988.


Joana ,CARVALHO. EFFECTS OF A PHYSICAL ACTIVITY PROGRAM IN OLDER PEOPLE: COMPARISON BETWEEN ISOKINETIC AND ISOTONIC EVALUATIONS. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 17(1): 74-84, jan./jun. 2003.


MAGEE, David J. Avaliação musculoesquelética. Tradução Luciana Cristina Baldini. 5 ed. – Barueri, SP: Manole, 2010. ISNB 978-85-204-2807-8.


Carlos Kemper. Effects of swimming and resistance training on bone mineral density of older women. Rev Bras Med Esporte vol.15 no.1 Niterói Jan./Feb. 2009.


Andreoli A, Monteleone M, Van Loan M, Promenzio L, Tarantino U, De Lorenzo A. Effects of different sports on bone density and muscle mass in highly trained athletes. Med Sci Sports Exerc. 2001;33(4):507-11.


MORIGUTI, J. C.; LUCIF-JUNIOR, N.; FERRIOLLI, E. Nutrição no Idoso. In: OLIVEIRA, J. E. D.; MARCHINI, J. S. (Eds.). Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, 2000. p. 239-250.


RUBENSTEIN, Laurence. Approuching fall in older people. Annals of Long Term Care, v. 3, 1999.


Bechara, Felipe Toledo. EFFECTIVENESS OF A PHYSIOTHERAPEUTIC PROGRAM FOR BALANCE TRAINING IN THE ELDERLY. Revista Saúde e Pesquisa, v. 1, n. 1, p. 15-20, jan./abr. 2008


ACSM. (2006). ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.


Perracini, M. R., & Ramos, L. R. (2002). Fall-related factors in a cohort of elderly community residents. Rev Saude Publica, 36(6), 709-716.


Sposito, Letícia Aparecida Calderão. Training experience with Nintendo Wii on functionality, balance and quality of life in elderly. Motriz, Rio Claro, v.19, n.2, p.532-540, abr./jun. 2013.


 
 
 

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