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"Pssor! É bom treinar com esse calor?"

  • Foto do escritor: Felipe Kutianski
    Felipe Kutianski
  • 27 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura

Olá Criatura que não está acostumada com o Calor de Satãn.

Depende do calor né brother... Claro que correr na beira da praia com 45ºC em pleno Almoço e com seu cérebro fervendo igual mingau de aveia, não é recomendado.

Para você ter uma ideia, Hopman (1997) explicou em sua revisão que se um indivíduo correr a 15 km/h e o organismo não conseguir liberar o calor por algum motivo, a temperatura interna passaria dos 40° C em APENAS 15 minutos. Consequentemente, o exercício intenso e prolongado no calor poderá desencadear um processo de insolação.

"AHH PSSOR! MAS É SÓ EU TOMAR UMA ÁGUA DE COCO DEPOIS E ENTÃO TÁ SUSSI".

Então piá, mesmo eu amando aguá de coco também, precisaremos muito mais do que isso para não desidratar.

Maughan (1991) explica que a sudorese pode chegar a mais de 2L por hora de atividade. Imagine isso na praia com 45ºC na "lata". Segundo Casa (2000), o estado de hidratação pode ser considerado adequado,uma vez que não se apresente um percentual de desidratação superior a 2% do peso corporal.

Um dos grandes problemas em treinar com temperaturas acima dos 40ºC, é iniciar os treinos já desidratado, como apresentado por Stover (2006). Ou seja, só o fato de você CHEGAR na praia para correr, já iniciou um processo de desidratação, e você ainda nem começou seu treino.

"MAS COMO ALGUMAS PESSOAS TREINAM EM ALTAS TEMPERATURAS PSSOR?".

Calmaaaaa Criatura Suada e Grudenta, deixa eu organizar meu raciocínio.

Segundos Marques Junior (2008), as duas medidas mais indicadas no treinamento em altas temperaturas são a reposição hídrica e a aclimatação que reduzem o estresse provocado pelo calor.

* ACLIMATIZAÇÃO

Holanda (1998) explica que a aclimatação ao calor consiste de repetidas exposições às altas temperaturas com o objetivo de tolerarmos as condições estressantes do meio ambiente. O mesmo autor afirma que as pessoas treinadas se aclimatizam de forma mais rápido às altas temperaturas, decorrente da maior intensidade das sessões de treinamento que ocasionam temperaturas corporais próximas de 40°C e resulta num aprimoramento dos ajustes circulatórios e da sudorese nas altas temperaturas.

* REPOSIÇÃO HÍDRICA

Fox (1991) explica que as pessoas sedentárias necessitam 2 litros de água por dia em clima temperado, porém, com temperaturas altas e úmidas a ingestão de líquido deve ser de 4 a 6 litros. Atletas devem beber 15 a 18 litros de líquido por dia quando treinam de 2 a 3 horas no calor.

Outros pontos interessantes apresentado por Hollmann & Hettinger (1989):

1º) Mais de 5% da redução do peso corporal decorrente da redução hídrica prejudica a capacidade física em 30%;

2º) Perdas hídricas iguais ou superiores a 6% podem ser prejudiciais em desportos com duração acima de 30 segundos e de potência muscular, por exemplo: boxe, voleibol e outros;

3º) A potência aeróbia pode declinar com uma desidratação de 5% do peso corporal.

Então meu pequeno Amiguinho que adora um Calorzinho do Capeta.... Muitas pessoas treinam no Calor, mas com todo cuidado técnico, nutricional e com olhar clinico.

PS: Antes de sair por ai correndo igual um Queniano maluco na Savana, procure orientação do seu Professor, Nutricionista e Médico de confiança.

Não Inventei:

Hopman, Maria T.E. LESÃO MEDULAR E EXERCÍCIO NO CALOR. SSE 66-VOLUME 10 (1997), NÚMERO 3.

Maughan, R.J. Fluid and electrolyte loss and replacement in exercise. Journal of Sports Sciences. Vol. 9. Num. 1. 1991. p. 117-142.

Casa, D.J.A. National Athletic Trainers’. Association Position Statement: Fluid replacement for Athletes. Journal of Athletic Training. Vol. 35. Num. 2. 2000. p. 212-24.

Marques Jr. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 9, n. 12, jan./jun. 2008– ISSN 1679-8678.

HOLANDA, S. G. Equações aplicáveis ao cálculo do desempenho de corredores de 1000 metros em diferentes condições climátiticas. Motus Corporis, v. 5, n. 1, p. 135-144, 1998.

FOX, E. L. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

HOLLMANN, W.; HETTINGER, Th. Medicina de Esporte. São Paulo: Manole, 1989.


 
 
 

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