"PSSOR! POR QUE MUITAS PESSOAS AMAM CANELEIRA?".

Minha Criatura das profundezas da ignorância... Existem três coisas que eu não consigo entender muito bem (ATENÇÃO! CONTÉM SPOILER DE GAME OF THRONES):

(1) Por que o Lionel Messi usaria Herbalife?

(2) Por que Jon Snow não morreu na Batalha dos Bastardos?

(3) Por que as pessoas acreditam no uso de caneleiras?

É inacreditável que ainda exista um volume enorme de pessoas que acreditam na ilusão de que caneleiras conseguem "isolar" o glúteo máximo.

Segundo Bryanton (2012), o glúteo máximo é exercitado por treinos que envolvam alta produção de força. Esta afirmação já coloca em cheque toda utilização de caneleiras, pois uma elevada sobrecarga (peso - kg) com este tipo de acessório é biomecanicamente falha sob aspectos de amplitude, velocidade, ativação e força.

De acordo com Gentil (2011), o braço de resistência (neste caso a perna) torna-se muito pequeno ao final da fase excêntrica do movimento, e quando o exercício é realizado com o joelho estendido, a musculatura não é pré-estirada (o pé provavelmente tocará no solo).

Esta ultima análise reforça a desvantagem na utilização das caneleiras, já que as afirmações anteriores comprovam que as variáveis extremamente importantes para os ganhos de força e massa muscular não são significativas com este acessório.

"AHHH PSSOR! MAS EU SINTO MUITO MEU BUMBUM QUANDO FAÇO 4 APOIOS".

Eu SINTO pena de quem faz HIIT em abdominais, mas nem por isso vou falar que fiz um "Tabatinha" no final do treino (PS: Piada Nerd).

Boren (2011) fez um ótimo comparativo eletromiográfico do glúteo máximo em determinados exercícios: (1) Glúteo em 4 apoios, (2) Afundo e (3) Stiff. A pesquisa concluiu que o tão desejado "4 apoios" foi o PIOR exercício para ativação dos glúteos, perdendo feio para o Stiff e para o grande campeão em ativação de glúteos, o AFUNDO ou PASSADA.

Não Inventei:

Bryanton MA, Kennedy MD, Carey JP & Chiu LZ. (2012). Effect of Squat Depth and Barbell Load on Relative Muscular Effort in Squatting. J Strength Cond Res.

Boren K, Conrey C, Le Coguic J, Paprocki L, Voight M & Robinson TK. (2011). Electromyographic analysis of gluteus medius and gluteus maximus during rehabilitation exercises. Int J Sports Phys Ther 6, 206-223.

Gentil P. (2011). Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Editora Sprint, Rio de Janeiro.