“PSSOR! ESTOU TREMENDO MUITO EM ALGUNS EXERCÍCIOS, SOU FRANGO NÉ?”

Piá... você NÃO é frango, NÃO esta com frio, NEM com medo de alguém na academia... é simplesmente uma adaptação neuromuscular.

Segundo McAdle (2003), as respostas adaptativas neurofisiológicas caracterizam-se, principalmente, pelo aprimoramento da relação entre os estímulos provenientes no sistema nervoso central e o recrutamento de unidades funcionais de movimento, as unidades motoras. Em resumo, nas primeiras semanas de academia, você vai ensinar seu músculo um novo acervo de movimentos e contrações antes de começar a crescer.

Tudo na musculação são adaptações aos novos estímulos oferecidos ao organismo, procurando um “desequilíbrio” eterno (isso mesmo, não queremos ficar adaptados), para sempre evoluirmos nas capacidades físicas.

Zatsiorsky (1999) defende que sempre que um estímulo externo afasta o organismo do equilíbrio, os padrões de organização do sistema são mudados para se ajustar a nova realidade, ou seja, principio da adaptação.

“BLZ PSSOR! MAS POR QUE FICO TREMENDO IGUAL DOIDO DE RAVE?”

No raciocínio de Ross (2001), a fadiga neural decorrente do treinamento resistido apresenta falhas da ação da medula supraespinhal e inibição da atuação dos motoneuronios eferentes, podendo relacionar as “tremidas” durante um estimulo novo para determinada placa-motora do grupo muscular ativo.

Didaticamente, podemos classificar as ações:

• O cérebro tende a manter o estado de homeostase (repouso);

• Quando o organismo desenvolve alguma atividade física, ocorre um recrutamento desordenado de unidades motoras;

• Quando seu cérebro percebe que a ação (estímulo do treino) não encerrou, inicia-se um processo de sincronização de unidades motoras.

• À medida que as informações chegam para processamento, o cérebro vai enviando ordens para diferentes unidades motoras.

• São recrutados músculos antagonistas do movimento, pois através de erros e acertos, que o cerebro organizar melhor as unidades motoras. É neste processo que ocorre os tremores musculares.

PS: não tenha vergonha de ficar tremendo na academia, mas tenha vergonha de enrolar para ir treinar e de não seguir dieta.

Não inventei, seguem as fontes:

MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício energia, nutrição e desempenho humano. 5aed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

ROSS, A.; LEVERITT, M.; RICK, S. Neural influences on sprint running: training adaptations and acute responses. Sports Medicine, v. 31, n. 6, p. 409-245, 2001.

ZATSIORSKY, V. M. Ciência e prática do treinamento de força. Sao Paulo: Phorte, 1999.